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27 de novembro: Dia Nacional de Combate ao Câncer

27 de novembro: Dia Nacional de Combate ao Câncer
Autor(a): Clínica Oncocenter
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O Dia Nacional de Combate ao Câncer busca alertar e ampliar o conhecimento da população sobre a importância da prevenção e do tratamento da doença. O diagnostico do câncer ainda é tardio justamente por falta de conscientização. A maioria dos homens, por exemplo, só procuram o médico quando conduzido ou motivado por uma mulher, seja ela esposa, irmã ou uma amiga.

O câncer será a maior causa de morte no Brasil em 2029, alcançando inclusive as doenças cardiovasculares, de acordo com a Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia, Abrale. Isso ocorre devido ao envelhecimento da população, hábitos sedentários das pessoas, exposição à carcinógenos e predisposição genética.

Em 2016 e 2017, o Instituto Nacional de Câncer Jose Alencar Gomes da Silva, Inca, estima para o país cerca de 600 mil casos novos da doença. Somente câncer de pele não melanoma serão aproximadamente 180 mil casos novos. Excluindo esse tipo de câncer, os mais frequentes em homens serão próstata (28,6 %), pulmão (8,1 %), intestino (7,8%), estômago (6,0%) e cavidade oral (5,2%); e, nas mulheres, os cânceres de mama (28,1%), intestino (8,6%), colo do útero (7,9%), pulmão (5,3%) e estômago (3,7%).

Já em relação às leucemias, que trataremos hoje neste artigo, estimam-se 5.540 novos casos em homens e 4.530 em mulheres, em 2016, segundo o Inca. As leucemias correspondem a um grupo heterogêneo de doenças e a lintoblástica aguda é a mais comum na infância, atingindo 25% dos casos de câncer nessa faixa etária. O pico de incidência é entre os 2 e 9 anos e a Síndrome de Down predispõe ao aparecimento de leucemias agudas na infância.

Elas ocorrem quando há um crescimento descontrolado das células provenientes da medula óssea. É uma doença maligna, não hereditária e suas causas ainda são desconhecidas. Os primeiros indícios, em geral, surgem quando a medula óssea deixa de produzir as células sanguíneas normais.

Os sintomas são lentos, provenientes da falência medular, como anemia (palidez), tendência para sangramentos espontâneos e infecções decorrentes da queda da imunidade. Em uma primeira fase, a criança tem apenas febre e palidez cutânea. Já nas fases mais tardias, aparecem as manchas roxas pelo corpo desencadeadas pela queda das plaquetas.

O diagnóstico é feito pelo mielograma – punção de um osso do corpo, geralmente a bacia, para se colher material da medula óssea, conhecido popularmente como “tutano”. Este material que seja analisada a morfologia das células, a imunofenotipagem e a análise molecular, para que sejam identificados alguns genes que podem ajudar no tratamento paciente.

O tratamento inicial é com quimioterapia mais agressiva, seguido de manutenção de quimioterapia menos intensa, que pode durar até dois anos. Há novidade no tratamento das leucemias linfoblásticas agudas: um medicamento que induz o sistema imunológico a atacar as células cancerígenas, com a vantagem de baixa toxicidade, o que permite ser usada em pacientes que não obtiveram bom resultado a um primeiro tratamento.

Infelizmente, não e possível prevenir (com raras exceções) o câncer, mas optar por uma vida com alimentação balanceada e atividade física regular, além de cortar os maus hábitos – bebida alcoólica em excesso, tabagismo e obesidade – ajudará a manter o organismo saudável, em geral. Não conseguimos, no entanto, evitar o surgimento do câncer, portanto o diagnóstico precoce é fundamental na luta contra a doença.

 

*Celso Massumoto (CRM – SP 48392) onco-hematologista, é diretor clínico da Oncocenter, coordenador de transplante de medula óssea do Hospital Nove de Julho e membro da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) e da Casa Hope.

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