Familiares e amigos podem ser fortemente impactados pelo diagnóstico e tratamento do câncer. Porém, podemos considerar que em um momento como estes, muito do como nos relacionamos com estas pessoas queridas deve vir à tona.
Assim, relações de respeito e afetivas, com autenticidade e permissão de sentir as emoções, e como podermos cursar por elas, podem ser um componente que ajude e muito nestas horas. Porém, isso não nos impede de ser acometido pelo temor de que algo pode fazer nossos filhos sofrerem.
Certamente não há uma fórmula que impeça isso, mas é importante sabermos que o como faremos isso ajuda, a eles e a nós, em uma melhor elaboração das questões emocionais.
Estudiosos concordam: o ponto principal para isso acontecer é promover uma comunicação honesta.
Então isso prediz a importância de falarmos sobre o diagnóstico e tratamento.
Com isso vale considerar: O que falar e Como falar, na hora de comunicar sobre o diagnóstico e ao longo do processo.
Alguns pontos podem ser pensados nesta hora:
– quanto menor o filho, mais o tom da fala deve ser enfocado, do que se fala ao invés do conteúdo do que se fala. Assim, falar com uma linguagem que a fase do filho entenda é fundamental para trazer compreensão e um pouco mais de conforto. Aquilo que não entendemos e desconhecemos nos assombra muito mais;
– abra espaço para as conversas sobre a doença conforme elas se mostrem necessárias. Se o filho perguntar sobre a doença ou tratamento, vale buscar identificar o que ele quer saber para que possa dar uma reposta franca e ajustada ao que eles podem entender, mas nem respondendo de menos, nem demais;
– nomeie a doença, pois eufemismos podem trazer inseguranças;
– estimule eles a falarem sobre os sentimentos pois é natural termos emoções. Com isso aprendemos e ensinamos que sentir é importante, e só assim somos capazes de elaborar o que sentimos. Vale a pena checar de tempos em tempos como eles andam pensando e se sentindo;
– busque manter algumas “âncoras” na rotina e comunique isso a eles. Refeições, escola, atividades extra-curriculares, quando mantidas na rotina auxiliam a minimizar o impacto do tratamento para os filhos e tende a trazer mais conforto para o paciente também. E, muitas vezes, é possível delegar. Estas ações também ajudam a lembrar que existe uma vida além da doença;
Muitas crianças ou filhos mais velhos tendem a enfrentar bem a situação e conseguem manter o curso da vida acadêmica, emocional e social. Isso não significa que não sentem, mas pode representar que são capazes manterem afetos positivos apesar do momento de tristeza.
Porém, por uma série de razões, há aqueles que precisam de apoio para passar por isso. Alguns sinais de alerta são a percepção de impacto negativo no dia a dia e/ou o fato de terem algum quadro de base emocional progresso (como depressão, ansiedade e ouros).
Nessa hora é importante buscar apoio psicológico para verificarem a necessidade de um acompanhamento.
Precisando do acompanhamento ou não, um pouco mais dessa tranquilidade nestas horas, pode ajudar a todos a cursarem melhor por isso.
Bibliografia
Barraclough J. Cancer and Emotion: A Practical Guide to Psycho-oncology. John Wiley & Sons Ed; 3th ed, 1999.
Holland JC, Golant M, Greenberg DB, Hughes MK. Psycho-Oncology: A Quick Reference on the Psychosocial Dimensions of Cancer Symptom Management. Oxford University Press, 2015.
Holland JC, Breitbart WS, Jacobsen PB et al. Psycho-Oncology. Oxford University Press; 2015.
Psic Ms Danielle Rossini Dib
CRP 06/69311