São muitos os desafios que o paciente com câncer tem que enfrentar no ambiente de trabalho. Dentre eles, a discriminação, a forma como seus líderes e parceiros lidam com o diagnóstico, evitando passar projetos e trabalhos, colocando até mesmo em xeque a sua capacidade de execução.
Algumas dessas atitudes afetam de maneira direta o colaborador-paciente, que já tem que encarar outros diversos desafios em uma fase que é muito delicada.
Os sentimentos
Neste período cheia de incertezas, é comum que o colaborador passe a se sentir inseguro em relação ao trabalho. Ele ainda não sabe de que maneira a empresa irá proceder quanto às suas novas condições e o tratamento a ser realizado por ele.
Ao voltar ao trabalho, no pós-tratamento, ele pode se sentir deslocado e pouco ambientado. Isso porque, às vezes, a duração de um tratamento pode durar meses e, muito provavelmente, a configuração da empresa que ele já conhecia pode ter sofrido alterações. Além disso, ele pode não estar mais apto a realizar as tarefas que fazia antes e precisará passar por um processo de readaptação.
Por isso, é fundamental que a empresa entenda seu papel nestes momentos.
Como minimizar estas emoções
O RH da empresa precisa deixar claro que irá fornecer todo o suporte necessário ao colaborador, bem como enfatizar que acredita na sua capacidade de desenvolvimento e readaptação.
É importante também tomar cuidado para que abordagens com entonação de pena ou sofrimento não causem constrangimento. O ideal mesmo é procurar compreender seus sentimentos, com uma escuta verdadeira e atenta. Assim, poderá saber quais são as suas necessidades.
A empresa deve envolvê-lo nas atividades, para que ele se sinta útil e integrado à equipe.
Condutas não positivas
O colaborar vai se deparar com pessoas que nunca tiveram contato algum com o câncer. Por isso, a empresa precisa assegurar que ele não vá sofrer com algumas atitudes dentro do ambiente de trabalho. Reunir o time e deixar claro algumas condutas que não são positivas pode ajudar nesse processo.
Por exemplo, comentários sobre mudanças físicas, quaisquer tipos de comparações, tratar o período de afastamento como uma folga ou falar sobre o câncer sem qualquer embasamento são coisas que não devem ser feitas.
Ou seja, é preciso que a equipe entenda que as pessoas e o ambiente de trabalho são fatores importantes na recuperação e no recomeço da vida de um paciente na empresa.
Afinal, ninguém quer ser definido pelo câncer e sim pelo trabalho que pode desempenhar.