A Varíola dos macacos (Monkeypox) é uma zoonose, isto é, uma doença que é transmitida de animais para humanos. Ela é causada por um vírus, da mesma família da varíola humana e apresenta sintomas semelhantes, mas com uma letalidade significativamente menor. Inicialmente, foi identificada em 1958, após um surto da infecção em macacos, por isso seu nome. Os macacos podem ser acometidos pela doença, mas não são reservatórios do vírus. Em humanos, o primeiro caso relatado foi em 1970. Antes de abril desse ano, ela era raramente reportada fora da África e costumeiramente relacionada a um histórico de viagem para este continente. Atualmente, há transmissão comunitária, e mais de 28.000 casos já foram identificados em diversos países pelo mundo, sendo mais de 1800 no Brasil.
A doença geralmente evolui de forma benigna e os sinais e sintomas duram de 2 a 4 semanas, mas imunossuprimidos, crianças menores de 8 anos e gestantes são pacientes de maior risco para desenvolver formas graves da doença e morte. Nesse atual surto, a taxa de letalidade é menor que 1%.
Segundo a OMS, as principais formas de transmissão do vírus monkeypox são:
- Contato com secreções respiratórias ao falar, tossir ou espirrar;
- Contato físico próximo com pessoas contaminadas que apresentem sintomas;
- Contato com lesões e fluidos corporais;
- Contato com materiais não higienizados de uso pessoal de alguém que está infectado, como roupa de banho, roupa de cama e talheres.
Uma pessoa pode transmitir a doença desde o momento em que os sintomas começam até as lesões de pele cicatrizarem completamente e uma nova camada de pele se forme. Adicionalmente, mulheres grávidas podem transmitir o vírus para o feto através da placenta.
Quadro Clínico
Após um contato de risco, pode-se levar até 21 dias para aparecimento de sintomas e desenvolvimento da doença. Na maioria dos casos, os sintomas costumam aparecer entre o 7º e o 17º dia após o contágio. Os principais sintomas são:
- Febre acima de 38,5°C;
- Fraqueza e mal-estar;
- Dor de cabeça;
- Inchaço e dor nos gânglios (principalmente atrás da orelha e atrás da cabeça).
- Lesões de pele
As lesões na pele costumam surgir após um a três dias do início dos sintomas. Frequentemente iniciam no rosto e se espalham pelo restante do corpo, incluindo genitais. Abaixo, confira a descrição da evolução das feridas:
- Inicialmente, elas têm o aspecto de mordidas de mosquito;
- Depois, viram vesículas parecidas com aquelas causadas pela catapora;
- As lesões crescem juntas, ao mesmo tempo e seguindo o mesmo padrão;
- Formam uma espécie de umbigo no centro e vão escurecendo;
- Quando viram crostas, caem e são substituídas pela pele normal que está embaixo.
É muito importante saber que apenas no momento em que elas caem é que o ciclo da doença chega ao fim e você efetivamente não está contaminando mais ninguém.
Então, é necessário ficar sempre muito atento ao aparecimento de lesões parecidas com espinhas ou bolhas que podem surgir no rosto, dentro da boca ou em partes do corpo, como mãos, pés, genitais ou ânus. Além do surgimento de caroço no pescoço, axila e virilha.
Lembrando que a transmissão ocorre entre pessoas e o atual surto tem prevalência de transmissão de contato íntimo e sexual.
Diagnóstico
Após a suspeita clínica, o diagnóstico é feito através do método RT-PCR dos fluidos ou crostas das lesões.
Tratamento
Não existem medicações aprovadas para o tratamento da varíola dos macacos. Alguns antivirais, mostraram ação e para casos graves, podem ser utilizados no modo compassivo.
Como a maioria dos casos possui evolução benigna, o indicado é tratamento sintomático e manter alguns cuidados como: não coçar, manter as lesões secas, observar sinais de infecção secundária, não depilar ou barbear áreas com lesões.
Prevenção
Para se prevenir contra a doença, você pode seguir as seguintes recomendações:
- Evitar contato íntimo ou sexual com pessoas que tenham lesões na pele.
- Não beijar, abraçar ou fazer sexo com alguém com a doença.
- Reduzir números de parceiros.
- Higienizar sempre as mãos com água e sabão e sempre utilizar álcool em gel.
- Não compartilhar roupas de cama, toalhas, talheres, copos e objetos pessoais.
- Utilizar máscara para se proteger contra gotículas de saliva quando estiver na presença de casos confirmados e contactantes.
E claro, caso apresente os sintomas mencionados, procurar imediatamente uma das policlínicas da cidade em que reside ou uma das Unidades de Pronto Atendimento (UPAS). Além disso, é fundamental manter os 21 dias de isolamento ou até a re-epitelização das lesões.
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