Um estudo conduzido pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) e pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), publicado na revista científica The Lancet Planetary Health, constatou que o consumo de alimentos ultraprocessados está associado ao risco de desenvolvimento de câncer em 25 partes diferentes do organismo, especialmente de cabeça e pescoço, esôfago, colorretal, fígado e câncer de mama pós-menopausa.
Saiba todos os detalhes desse estudo acompanhando a leitura deste artigo até o final!
O que o estudo observou?
A pesquisa, denominada Epic, acompanhou 521.324 indivíduos em 23 centros de dez países europeus durante uma década. Eles foram divididos em quatro grupos e comparados para avaliar o risco de desenvolvimento de 25 tipos de câncer.
Do total de participantes, 450.111 foram incluídos na análise final e 47.573 tiveram algum diagnóstico de câncer e foram acompanhados até 2013. O estudo apontou ainda que a substituição de 10% do consumo diário alimentar de ultraprocessados ou processados por produtos in natura pode reduzir o risco de desenvolvimento de câncer.
O que são alimentos ultraprocessados?
A lista de alimentos ultraprocessados inclui bolachas, sorvetes, guloseimas, doces e chocolates, refrigerantes e bebidas açucaradas, cereais matinais, salgadinhos de pacote, iogurtes e bebidas lácteas adoçadas, achocolatados, bebidas energéticas, sopas e macarrões instantâneos, caldos com sabor de frango, legumes e carne, maionese e outros hábitos alimentares. Esses alimentos possuem altas quantidades de sódio, açúcar e gorduras trans, substâncias que podem aumentar o risco de outras doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares.
O estudo ressalta a importância de escolhas alimentares saudáveis e incentiva a população a consumir alimentos in natura e minimamente processados, além de evitar os ultraprocessados. Essa mudança na alimentação pode trazer benefícios não apenas para a prevenção do câncer, mas também para a saúde em geral.
Vale destacar que o consumo de alimentos ultraprocessados é uma tendência mundial, principalmente em países com economias em desenvolvimento. No Brasil, por exemplo, estudos mostram que a população consome cerca de 30% das calorias diárias a partir de alimentos ultraprocessados. Esse número é ainda mais alarmante entre crianças e adolescentes, que chegam a consumir mais da metade das calorias diárias a partir desses alimentos.
O que devemos fazer para evitar esse quadro?
É fundamental que as pessoas entendam os riscos do consumo excessivo de alimentos ultraprocessados e saibam como fazer escolhas alimentares mais saudáveis. É possível começar com pequenas mudanças, como substituir o refrigerante por água ou suco natural, optar por frutas e lanches saudáveis ao invés de salgadinhos e bolachas, e cozinhar em casa ao invés de consumir produtos industrializados.
E você, consome muitos alimentos ultraprocessados ou já segue uma dieta mais natural? Para mais informações e curiosidades sobre saúde e qualidade de vida, confira os outros textos do blog e siga a Oncocenter nas redes sociais.